domingo, 5 de agosto de 2018

Semana 15 - Reflexão final e as expectativas


         Ao término de mais um semestre, sendo este um dos últimos, reflito sobre meu papel, como professora, diante de todos os ensinamentos, de todas as leituras e atividades práticas que nos foram proporcionados. Percebo que não me vejo mais como um ser que detém unicamente o saber dentro de sala de aula, ao dar espaço para ouvir os alunos vejo o quanto, apesar de ainda pequenos, têm para ensinar.
Atualmente estou com uma turma de segundo ano, alunos na faixa etária dos oito anos de idade. A turma pequena, composta por 20 alunos, sente-se a vontade para compartilhar problemas “de adultos” com os colegas e o melhor são as formas como os colegas reagem e auxiliam uns aos outros. Sem que eu, como professora, faça algo a turma se mostra “humanizada”. Já compartilharam roupas e calçados que não lhe serviam mais com colegas que não tinham roupas quentinhas, confortaram o colega quando retornou a escola após a morte do pai e comemoraram muito quando o pai de uma colega conseguiu um emprego após um longo período desempregado.  
Com esses fatos percebo o quanto os alunos são autônomos, pois essas situações partiram apenas deles, claro que reflete também as questões de valores familiares, mas na sala de aula as conversas e as trocas entre eles são muito ricas de sabedoria. Acredito que o estágio, nossa próxima etapa nesta jornada acadêmica, será um momento de grande aprendizagem para todos, docentes e discentes.
             Pretendo colocar em prática os ensinamentos de Freire a respeito do papel do professor na prática.  

[...] Quando entro em uma sala de aula devo estar 
sendo um ser aberto a indagações, à curiosidade,
 às perguntas dos alunos, a suas inibições; um ser 
crítico e inquiridor, inquieto em face da tarefa que
 tenho – a de ensinar e não transferir conhecimento.
 (FREIRE, p.47) 



2º ano C - Escola Miguel Couto - 2018


REFERÊNCIAS:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 46ºed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.

Semana 14 - Pedagogia de Projetos


O método de projetos foi criado pelo norte-americano Kilpatrick (18 71 – 1965). Inspirados pelas ideias de Dewey, Kilpatrick teve um artigo publicado explicando e denominando o “Método de Projetos”.  O método consiste em integrar o currículo de acordo com o interesse dos discentes, desta forma o aluno sente vontade de aprender.
Ao partir do interesse dos alunos, o projeto se desenvolve com o objetivo de solucionar os problemas da vida e da comunidade dos educandos.
Aproveito para compartilhar o trecho uma matéria publicada na revista Nova Escola, em 2011, que traz algumas dicas de como elaborar um projeto.
1. Tema: delimitar e conhecer bem o assunto que será estudado e pesquisá-lo previamente.
 2. Objetivos: escolher uma meta de aprendizagem principal e outras secundárias que atendam às necessidades de aprendizagem
3. Conteúdos: ter clareza do que as crianças conhecem e desconhecem sobre o tema e o conteúdo do trabalho.
4. Tempo estimado: construir um cronograma com prazos para cada atividade, delimitando a duração total do trabalho.
5. Material necessário: selecionar previamente os recursos e materiais que serão usados, como sites e livros de consulta.
 6. Apresentação da proposta: deixar claro para a sala os objetivos sociais do trabalho e quais os próximos passos.
7. Planejamento das etapas: relacionar uma etapa à outra, em uma complexidade crescente.
8. Encaminhamentos: antecipar quais serão as perguntas que você fará para encaminhar a atividade.
9. Agrupamentos: prever quais momentos serão em grupo, em duplas e individuais.
10. Versões provisórias: revisar o que a garotada fez e pedir novas versões do trabalho.
11. Produto final: escolher um produto final forte para dar visibilidade aos processos de aprendizagem e aos conteúdos aprendidos.
12. Avaliação: prever os critérios de avaliação e registrar a participação de cada um ao longo do trabalho.

REFERÊNCIAS:
SANTOMÉ, Jurjo Torres. As origens da modalidade de currículo integrado. In:______. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.



Semana 13 - Hora de colocar em prática

Contação de história - “EU NÃO SOU COMO OS OUTROS”



Turma: 2º ano

 Justificativa
 
Escolhemos trabalhar com esta história pensando na importância e necessidade de reforçar em nossos alunos o entendimento e reflexão sobre questões relacionadas às diferenças, diversidade, preconceito e respeito ao próximo. Sabemos que este tema é importante e deve ser trabalhado desde muito cedo.

Objetivo geral

Valorizando as questões mencionadas, esperamos que as crianças aprendam a lidar com as diferenças e não tenham preconceito, tenham bom relacionamento interpessoal, socializando e interagindo, nos diferentes ambientes da sociedade.

Objetivos específicos

*Valorizar a importância da convivência entre as pessoas;
*Desenvolver o respeito pelas diferenças físicas e emocionais;
*Estimular a convivência harmoniosa entre os alunos e seus grupos;
*Reconhecer que cada pessoa tem seu modo de ser;
*Desenvolver a linguagem oral e escrita;
*Formular hipóteses sobre o tema da aula;
*Desenvolver atitudes de interação, colaboração e troca de experiência em grupo.

Desenvolvimento:

 * Hora do conto com o livro: Eu não sou como os outros
 
* Troca de ideias: Todos somos iguais?  

 Registro de atividade 1
 Como sou visto pelos outros?

Em duplas, os alunos deverão observar os detalhes físicos de seus colegas, desenhar o retrato do parceiro. Após, socializar com a turma os desenhos. Neste momento os alunos deverão observar semelhanças entre os desenhos (olhos, cabelos, nariz, etc.).

 Registro de atividade 2
 Gosto de:

Os alunos deverão desenhar/escrever o que mais gostam. Com base nos gostos dos alunos, observar que apesar das semelhanças todos somos diferentes.

Assista ao vídeo da contação: 





Semana 12 - Relato de experiência



A experiência que trago foi ocorreu em 2012, com uma turma de segundo ano, no município de Nova Santa Rita.
A tecnologia utilizada foi o computador e o acesso à internet, muitos alunos ainda não haviam utilizado o computador e a internet. A aula foi de puro conhecimento para a turma. Inicialmente a proposta era de utilizarmos um jogo online de alfabetização, mas ao perceberem que havia muitas possibilidades de jogos os alunos ficaram encantados. Na época, poucos alunos tinham a cesso a internet e por este motivo a aula foi ampliada. Após realizarem as atividades propostas (jogos de alfabetização) os alunos puderam  explorar os jogos em rede disponíveis no site.



Os resultados foram bem satisfatórios, foi uma aula muito marcante para os educandos. A dificuldade encontrada foi a demora no carregamento e na inicialização das máquinas, pois a escola não dispõe de pessoal para atuar no laboratório (até hoje).



Semana 10 - Escola democrática



As escolas democráticas são caracterizadas por oferecer ao aluno a oportunidade de escolher o que preferem fazer no seu tempo. Desta forma os alunos desenvolvem a autonomia no ambiente escolar. Segundo Tosto:
A partir do regime de livre-educação o aluno acaba seguindo seu ritmo de aprendizagem sem pressões, além de adquirir a responsabilidade de seguir o cronograma que ele mesmo se impôs a fazer, estimulando assim o desenvolvimento da autonomia e controle pessoal. Ao colocá-lo como integrante ativo e participante das regras e do funcionamento da escola, o aluno conscientiza-se dos direitos e deveres para com a sociedade dentro e fora da escola, formando-se cidadão.(2011)
Os professores neste modelo de escola são orientadores responsáveis pelos alunos. Desta forma a relação professor-aluno se torna uma parceria longe do autoritarismo da escola não democrática. O professor ao longo da parceria mostra ao educando os caminhos para a aprendizagem e os motivos para esta caminhada do saber.


REFERENCIAS:

TOSTO, Rosanei. Escola democrática - Utopia ou relaidade. Revista pandora Brasil. Edição 4. 2011.

Semana 11 - Linguagem

               Apresento aqui as principais características dos teóricos a respeito da linguagem. 

Vygotsky

Linguagem e pensamento são fenômenos de desenvolvimento independentes, já nos primeiros meses de vida. Por volta dos dois anos, estes fenômenos se encontram, passando a exercer uma relação de interdependência, dando início a uma nova forma de comportamento no desenvolvimento da criança, evolução do pensamento e da fala, o pensamento verbal e a fala racional; interacionismo social.  A fala tem início já no nascimento, após, a criança começará seu “desenvolvimento linguístico”. A linguagem é um processo pessoal e social;
O crescimento intelectual da criança depende de seu domínio dos meios sociais do pensamento, isto é, da linguagem. A linguagem é uma ferramenta de contato. Possibilita a troca de ideias com as outras pessoas. Descobriu que para melhorar o nível da aprendizagem, mais do que agir sobre o meio, o indivíduo precisa interagir. Para ele, todo o sujeito adquire seus conhecimentos a partir de relações interpessoais, de troca com o meio. Afirma que aquilo que parece individual na pessoa é na verdade resultado da construção da sua relação com o outro.
            As características e atitudes individuais são compostas das trocas com o coletivo. A linguagem é o caminho para que o processo de interação ocorra. A linguagem realiza uma espécie de mediação do indivíduo com a cultura. O professor é um mediador entre a criança e o mundo, ele ajuda o aluno na interação com os outros e consigo mesmo, com isso, a criança desenvolve seu potencial.
A linguagem está relacionada com a cultura do meio. A interação social com parceiros é mediada através da linguagem. A mediação ocorre quando a criança compreende a linguagem com o simbolismo, passa então a nomear objetos e a relacioná-los. A internalização é quando o aprendizado se completa e zona de desenvolvimento proximal se dá quando o individuo consegue interagir com o mundo e consigo mesmo.
          A aprendizagem sempre inclui relações entre pessoas. A relação do indivíduo com o mundo está sempre mediado pelo outro. Este processo de mediação, ou, os mediadores sempre vão estar entre os homens e o mundo real, estes mediadores são: Instrumentos e Signos.
O desenvolvimento tem origens nas capacidades humanas, o indivíduo aprende de fora para dentro, ou seja, seria o desenvolvimento associado ao pensamento, indicando a trajetória da criança, que vai dos processos socializados para os internos.

Piaget



O desenvolvimento linguístico se inicia após certa etapa de desenvolvimento cognitivo. O sujeito constrói conhecimento a partir de suas interações com objetos físicos e sociais. O período sensório-motor (0 a 2 anos) é de suma importância para o desenvolvimento da inteligência, pois vão ser a base para construções posteriores. A criança passa por estágio para mudar os níveis de seu desenvolvimento, a inteligência é anterior à fala. A criança precisa reconhecer-se como objeto no universo, ele age sobre o meio.
As primeiras impressões linguísticas após o nascimento fazem parte do desenvolvimento cognitivo que precede o linguístico, para Piaget, a aquisição da linguagem inicia desde a gestação. Crianças muito pequenas precisam do objeto permanente, este que deve ter nome ou conceito, imagem ou função. O estágio sensório-motor é o caminho para a linguagem, o significante contém o significado. A aquisição da linguagem na criança acontecerá após ter percorrido o estágio sensório-motor, onde elementos como a imitação, repetição, socialização, jogos, serão imprescindíveis para a aquisição da linguagem.
Conclui que todas as conversações das crianças podem se classificar em um de dois grupos: o egocêntrico e a socialização. A diferença se dará nas suas funções. No discurso egocêntrico a criança fala apenas dela própria, não tenta se comunicar, não espera resposta e na maioria das vezes não se preocupa se alguém a escuta. Com o discurso egocêntrico a criança age como quem pensa em voz alta, realiza ou produz comentários simultâneos com aquilo que está fazendo. Para com o discurso socializado, não procura estabelecer um diálogo com os outros: manda, ameaça, transmite as informações, faz perguntas.
A criança se apodera de um conhecimento se agir sobre ele, pois aprender é modificar, descobrir, inventar.
O desenvolvimento cognitivo acontece a partir do momento de maturação, acredita que está predeterminado e, irá aflorar com o tempo, acredita na aprendizagem de dentro para fora, onde a transição entre os estados mentais individuais não verbais, de um lado, e o discurso socializado e o pensamento lógico do outro.



Wallon 


Estudo da pessoa integralmente: caráter afetivo, cognitivo e motor. Propõe estágios de desenvolvimento: destaca as emoções como instrumento de interação com o meio, até um ano de idade. O processo de aprendizagem implica na passagem por um novo estágio, desenvolvimento dialético e interacionista;
O processo de aprendizagem é dialético; não há verdades absolutas, e sim, estimular direções e possibilidades.
Concepção reducionista, propõe o estudo da pessoa completa, tanto em relação a seu caráter cognitivo quanto ao afetivo e motor, para ele a cognição é importante, mas não mais que a afetividade ou motricidade.
Reconhece o fator orgânico como a primeira condição para o desenvolvimento do pensamento; ressaltando a importância das influências do meio. O homem seria o resultado de influências sociais e fisiológicas, de modo que o estudo do psiquismo não pode desconsiderar nem um nem outro aspecto do desenvolvimento humano. Por outro lado, as potencialidades psicológicas dependem especialmente do contexto sócio cultural. O desenvolvimento do sistema nervoso, então, não seria suficiente para o pleno desenvolvimento das habilidades cognitivas.

           Define desenvolvimento como: processo pelo qual o indivíduo emerge de um estado de completa imersão social, em que não se distingue do meio, para um estado em que possa distinguir seus próprios motivos daqueles oriundos do ambiente. Assim, desenvolver-se, seria o sinônimo de identificar-se em oposição ao mundo exterior, ocorrendo através de processos assistemáticos e contínuos, em que a criança oscila entre a afetividade e a inteligência. O desenvolvimento é movido por conflitos, dialeticamente, de maneira análoga à combinação de acomodação, assimilação e equilíbrio na teoria piagetiana. Entretanto, ao contrário de Piaget, acredita que o processo não é tão bem delimitado, mas constante, podendo haver, inclusive, regressão: as aquisições de um estágio são irreversíveis, mas o indivíduo pode retornar a atividades anteriores ao estágio. Um estágio não suprime os comportamentos anteriores, mas sim os integra, resultando em um comportamento que é a acumulação das partes



 Sendo assim, podemos concluir que para Piaget o desenvolvimento cognitivo precede a aquisição da linguagem. Vygotsky afirma que a aquisição da linguagem e o seu desenvolvimento possibilitam o avanço cognitivo. Segundo Wallon  a linguagem precede a realidade. A linguagem é vista como fundamento da organização.

Desta forma percebemos que a interação social contribui para a linguagem e aprendizagem. Desde o nascimento estamos em contato com o outro, em ambientes que estimulam a aprendizagem. Estes ambientes familiares, escolares e sociais contribuem para a formação cultural de cada indivíduo. Na escola, o aluno ao interagir com o outro e explorar o objeto de estudo aprende e contribui para a aprendizagem do aouto, formando um compartilhamento de ideias, suposições e interações.




Semana 8 - Planejamento

O ato de planejar faz parte do ser humano, desde os planos financeiros aos planos de metas pessoas para a vida. Para nós professores, o plano de aula ou de ensino faz parte do nosso trabalho. Nos planos são depositadas expectativas de uma aula e hipoteticamente o desempenho dos alunos. Neste momento, o professor precisa levar em consideração diferentes fatores para um bom plano.  
A primeira consideração que o professor deve fazer é perguntar a sim mesmo: o que meus alunos precisam aprender? Partindo deste questionamento é preciso considerar a realidade do aluno e seus interesses e assim já temos a justificativa do plano.
Os objetivos do plano são as metas a serem alcançados, os conteúdos devem levar em consideração a temática da proposta. Ainda devemos planejar as estratégias que serão utilizadas para que os objetivos sejam alcançados. Os recursos utilizados também devem ser considerados, descrevendo os materiais que serão utilizados na realização das atividades. A avaliação deve ser constante e de acordo com os objetivos propostos pelo plano.
Abaixo deixo um vídeo, como complementação, que apresenta informações sobre o planejamento.


Animação com base no livro "Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto político-pedagógico", de Celso dos S. Vasconcellos, da editora Libertad (2012).
Música: Segue Embaixadô (tradicional brasileira), do CD "Mulungu do Cerrado", do Grupo UAKTI e Tabinha.

Material Didático produzido pela Profa. Viviane Beineke (UDESC).



Semana 7 - Interdisciplinariedade


Antes de falar de currículo integrado é importante ressaltar a influencia da globalização na educação. No início do século, as linhas de montagens das fábricas, o chamado “fordismo”, contribuiu para uma segmentação das tarefas. Os funcionários, na linha de montagem apenas se preocupam em fazer determinada função, e a seguir em outro setor á a continuidade da produção.
 A escola com ensino fragmentado, funcionada da mesma forma que uma linha de montagem de fábricas. A divisão de conteúdos por disciplinas, o turno escolar dividido por períodos e a falta de “diálogo” entre as disciplinas caracteriza bem o fordismo na educação.
Para trabalharmos de forma integrada é necessário pesquisar, buscar pelo interesse dos alunos. O professor como especialista na sua área, não pode ter medo de buscar por outras áreas a fim de atingir os objetivos de acordo com os interesses dos alunos.
Abaixo segue link de um filme de Chaplin, que apresenta bem as características do “fordismo”. https://www.youtube.com/watch?v=ieJ1_5y7fT8


domingo, 29 de julho de 2018

Semana 6 - Memórias tecnológicas


Seria impossível pensar nas memórias tecnológicas da escola sem olhar para o que já vivenciamos. Nascida em 1986, com início da vida escolar em 1993 lembro bem dos momentos tecnológicos mais marcantes na escola e na família.
Quando aluna da educação básica participei de momentos marcantes para a escola com as tecnologias, durante o ensino fundamental o recurso mais tecnológico adquirido pela minha família foi um maquina de escrever, esse momento marcou o início dos trabalhos de pesquisa datilografado. As pesquisas eram feitas em um livro chamado “Manual didático” que era inclusive, vendido de porta em porta e quando não era suficiente, tínhamos que ir até a biblioteca pública no centro de Canoas para pesquisar. Na escola os recursos tecnológicos eram o rádio, muito utilizado nos dias de chuva pela professora de educação física. O retroprojetor, utilizado principalmente pelos professores de história, artes, ciências e geografia para auxiliar na visualização de imagens em escala maior. O xerox e o mimeógrafo também fizeram parte deste momento.
Ao iniciar o ensino normal, o celular marcou esta fase, mesmo que ainda sem acesso a internet servia para a comunicação entre colegas através de mensagens SMS.  Neste mesmo período iniciou-se o uso de internet na minha família junto com a compra de um computador e com ele o uso de disquetes. O acesso à internet ainda era muito precário, internet discada e com um valor alto durante o dia, por isso o acesso se dava somente após a meia noite, pois o valor era pelo pulso e não por minutos como durante o dia. Os trabalhos de pesquisa começaram a ser digitados e logo foi necessária a compra de uma impressora para a impressão dos trabalhos na própria residência.
No ensino normal, durante uma aula de prática docente tivemos o dia de como fazer uma “matriz” e de como utilizar o mimeógrafo. A professora explicou direitinho como utilizar tanto a folha como o aparelho. Após a explicação todas as alunas fizeram uma matriz e puderam “rodar” a folhinha no mimeógrafo. Aprendemos também como fazer “lâminas” para retroprojetor. O retroprojetor durante o Ensino Normal foi muito utilizado, os professores faziam muito uso deste recurso.
Com o passar dos anos, ainda no Ensino Normal, o retroprojetor foi dando espaço para o Datashow, os celulares começaram a ter câmeras e acesso à internet, mas o mimeógrafo...  demorou muito tempo para ser substituído.
As memórias tecnológicas vivenciadas enquanto docente (e aluna de ensino superior) foram menos impactantes, pois a maioria se tratou de substituições e aperfeiçoamento de algo que já existia.  Abaixo apresento fotos de arquivo pessoal, para ilustrar algumas inovações tecnológicas vivenciadas durante a prática docente e acadêmica.


Foto 1 ( 2012): Enquanto utilizava o mimeógrafo para prepara folhinhas de atividades para os alunos, no notebook preparava as fotos dos alunos que seria o presente de dia das mães daquele ano.  Dupla tarefa ocorria por que a demora no carregamento das imagens era tão grande que optei por fazer outra tarefa no mesmo momento. O clique foi feito por uma colega, pois duas “eras” estavam sendo utilizados no mesmo instante. A imagem postada, já em uma rede social rendeu diversos comentários a respeito destes dois recursos.


Fotos 2 e 3 (2013): As fotos mostram a utilização de dois recursos para a escrita de Braile. O clique ocorreu durante uma das aulas do curso de extensão em AEE. Os dois recursos são utilizados por cegos pra a escrita e para a produção e mátria de escrita para cegos. Até este dia, não conhecia estes materiais pessoalmente. Além destes, outros recurso para a escolarização de cegos foi conhecida como o soroban, réguas de aumento e bengala.  


Foto 4 (2014): Nas mãos o primeiro tablete, adquirido como uma ferramenta para auxiliar nos estudos, para a realização de pesquisas e leitura de materiais online. A compra deste recurso teve o objetivo de utilizar o tempo de deslocamento entre as escolas como um momento de aprendizagem.


Atualmente não utilizamos mais o mimeógrafo nas escolas, apenas o Xerox, o pendrive já foi substituído pela “nuvens” que facilitam o acesso das informações de qualquer aparelho. Os eletrônicos são sincronizados, fazendo com que tarefas possam ser realizadas através de computadores, tablets e smartphones. As pesquisas são feitas através da internet, sem a necessidade de pesquisar em livros, mas muitas das fontes são livros que foram digitalizados.
Apesar de já “dominar” os recursos tecnológicos, percebo que a utilização em aula como um recurso de aprendizagem ainda está distante. Nós professores ainda precisamos aprender como utilizar a internet como ferramenta  no ensino. Desta forma, me sinto ainda insegura na utilização deste recurso nas turmas de alfabetização.






Semana 5

Resenha: Hara, Regina.
Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3. Ed. São Paulo: CEDI, 1992


A alfabetização de jovens e adultos ainda é um grande desafio para os educadores. Para os adultos das camadas mais populares, alfabetizar-se se torna também um desafio. Estes adultos, trabalhadores, precisam enfrentar seus desgastes físicos do trabalho diário para atingir os objetivos da escolarização. Os educadores, muitas vezes, são colocados frente às classes de alfabetização sem experiência e sem o principal: a formação para atuar nesta modalidade. A alfabetização de adultos vai além de leituras sobre o tema, é necessário o compromisso político do professor com seus alunos.
Para Paulo Freire, a alfabetização é um ato de conhecimento e ato criador, desta forma o educador deve auxiliar o educando neste processo sem anular seus conhecimentos e sua criatividade. O educando, por sua vez deve manter-se responsável pela construção de sua própria linguagem escrita e sua leitura.
Emília Ferreiro e Ana Teberosky, assim com Freire, tornam o educando como sujeito construtor de seu próprio conhecimento. Este sujeito tem a aquisição da linguagem adquirida pelas relações do meio em que vive.
A pesquisa realizada mostrou que os adultos não alfabetizados possuem as hipóteses de escrita, assim como as crianças em processo de alfabetização. O processo de alfabetização leva ao educando o domínio do código escrito, para muitos adultos a busca por este domínio ocorre para que aprenda a assinar seu próprio nome, melhorar seu emprego e até mesmo poder compartilhar de forma escrita suas experiências e histórias.
Para a alfabetização de adulto, recomenda-se que se utilize da criatividade dos educandos. Oferecer para os alunos textos escritos para que instigue sua vontade de ler. A curiosidade é uma grande aliada neste processo, auxilia na mobilização dos conhecimentos, que muitos sequer sabem que têm. Para escrever é importante que os alunos tenham o desejo de escrever, sendo assim, buscar por objetivos de cada sujeito incentiva o educando na aquisição da linguagem escrita.
No processo de alfabetização alguns fatores podem tornar o processo mais fácil ou mais difícil, mas depende do sujeito que busca a escolarização. Para alguns trabalhar a partir de seu nome pode facilitar, por isso o professor tem o papel de mediar esta aprendizagem, auxiliando cada indivíduo na melhor forma para atingir seus objetivos. Outro fator que auxilia os alunos é a socialização de estratégias entre os alunos, primeiramente o professor inicia para que após os alunos comecem a compartilhar suas estratégias, assim os alunos desenvolvem a autonomia durante o processo.
Os alunos da EJA possuem características similares a muitas outras classes de alfabetização de Jovens e Adultos. Em uma classe analisada, os alunos destacaram a importância do conhecimento da leitura e escrita para melhora seu emprego e de forma geral suas vidas. A falta de escolarização, normalmente ocorre pela necessidade de trabalhar desde muito cedo para auxiliar o sustento de suas famílias.
Percebe-se que os jovens e adultos que buscam pela escolarização precisam ser motivados constantemente. Estes alunos não podem ser tratados como seres vazios de conhecimentos. O professor precisa conhecer estes saberes para criar as estratégias de ensino, as sempre deixando os alunos como sujeitos da aprendizagem.  Desta forma o professor, como mediador, possui a responsabilidade de instigar o educando fazendo com crie objetivos a serem alcançados como forma de incentivo.

Ao realizar a resenha, foi possível associar todo  o processo de alfabetização de adultos com a matéria realizada pelo Fantástico, no dia das mães deste ano. Na entrevista, uma mulher, catadora de recicláveis e  mãe de sete filhos passa por uma frustração em um banco, pois não sabia fazer a assinatura de seu nome. Junto a ela estava um de seus filhos. Ao perceber o quanto a mãe ficou chateada com a situação, o menino começa então a ensinar sua mãe a ler. Vemos através da matéria uma ilustração do analfabetismo no Brasil, muitas pessoas ainda não escolarizadas, por diferentes motivos sem saber escrever o próprio nome.
No caso citado na matéria percebemos que a mãe aceita a ajuda do filho com o objetivo de não passar mais por situações constrangedoras. Este objetivo, faz com que mesmo fora da escola a mãe torna-se o sujeito da aprendizagem e seu filho, tomando o lugar de educador auxilia no seu processo de alfabetização. Ambos possuem seus desafios, o filho passou a ser  mais dedicado com os estudos para que pudesse auxiliar sua mãe. Desta forma, a criança também tornou-se o sujeito da sua aprendizagem. 

         
          Assista a matéria: 
http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2018/05/menino-de-12-anos-vira-professor-de-sua-mae-e-ensina-ler-e-escrever.html

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Semana 4


Os desafios da EJA:

            Os alunos que buscam pela escolarização fora do período regular muitas vezes não tiveram a oportunidade de estudar por terem que trabalhar, por terem tido dificuldades na aprendizagem e que sem auxílio acabam evadindo da escola. Devemos levar em consideração também, o fato de que a garantia de “educação para todos” é algo recente, o direito passou a ser garantido após a constituição de 1988.  Vemos o reflexo disso na quantidade de pessoas mais velhas analfabetas que buscaram/buscam pela EJA com o intuito de se alfabetizar. Estas pessoas veem na leitura e na escrita uma oportunidade de libertar-se, de ver o mundo de outra forma.
A escolarização traz a estes alunos uma oportunidade de “ler o mundo” tornando-se um cidadão com voz ativa, participante das decisões na comunidade em que está inserido. Na educação de Jovens e adultos, o professor possui um papel muito importante de mediar o ensino, mas sempre levando em consideração a bagagem de aprendizagem que o aluno carrega consigo.  A escola, para estes alunos,  torna-se um ambiente de relações interpessoais que proporciona o compartilhamento de saberes para o desenvolvimento de suas potencialidades.
Referência:
GIROUX, Henri. Excerto do texto “Alfabetização e ‘empowerment’ Político”, Introdução do Livro “Alfabetização”, Paulo Freire e Donaldo Macedo.


quarta-feira, 25 de julho de 2018

SEMANA 9


PLANEJAMENTO DE ENSINO
Rays (2000) nos apresenta os cinco pontos do planejamento de ensino. De acordo com ele “o planejamento de ensino é um momento do trabalho pedagógico necessário para o processo de escolarização, pois é a instância de decisão e de previsão da organização de situações didáticas para um grupo de alunos”. Abaixo destaco os principais pontos do planejamento e sua relação com a prática.
Escola e realidade social:
A escola deve conhecer o contexto social em que está inserida, para que, consiga atingir seu público alvo de forma eficaz e satisfatória. A realidade social ocorre quando se abre as portas para a comunidade escolar. Uma das principais formas é através da pesquisa. Com os alunos podemos realizar projetos de aprendizagens, pois sempre será relacionado com o local onde se vive, ou seja, do interesse da comunidade.

·         Retrato sociocultural do educando:
Para a criação do retrato sociocultural do educando deve ser considerado o perfil do contexto social da escola. A ação pedagógica desenvolvida através do diálogo com a comunidade escolar faz com que o educando sinta-se como parte da escola. Atualmente vemos o retrato sociocultural do educando através da construção do PPP da escola. A participação das famílias e dos educandos contribui para que a escola construa a ação pedagógica de acordo com os interesses dos educandos.

·         Objetivos de ensino-aprendizagem e conteúdos de ensino:
A escola deve considerar o momento vivenciado pela comunidade. Executar atividades relacionadas com a prática, levando em consideração a significação dos objetivos para os educandos.     Na escola, o professor deve fazer uso das situações adversas para oferecer ao aluno a reflexão e a prática na busca pela solução de problemas da comunidade. Desta forma o educando passa a participar de sua comunidade de forma crítica. Assim, o ensino transforma-se mais significativo-concreto.

·         Procedimentos de ensino-aprendizagem:
O procedimento de ensino-aprendizagem tem como principal objetivo, despertar o senso crítico do educando. A organização dos procedimentos deve respeitar a estrutura dos conteúdos de acordo com a realidade da comunidade. O ensino ao transformar-se mais significativo-concreto, faz com que o educando, reflita sobre sua postura/ responsabilidade diante de sua comunidade. O educando torna-se um ser reflexivo, capaz de modificar o meio em que vive.

·         Avaliação da aprendizagem:
A avaliação não deve medir o conhecimento do educando, mas sim avaliar seu desenvolvimento integral. Atualmente na educação infantil e no fundamental I – bloco de alfabetização os alunos são avaliados através de seu desenvolvimento, buscando registrar as observações das aprendizagens no decorrer do período.

O planejamento de ensino, mesmo que o professor se abstenha deste fato, torna-se um ato político-pedagógico, pois ao ser levado em consideração o meio em que se vive, a cultura do local e a reflexão dos problemas/situações transfere ao aluno a tomada de decisão, fazendo com que se torne um cidadão com voz em sua comunidade.

REFERÊNCIAS:

PLANEJAMENTO DE ENSINO: um ato político-pedagógico


terça-feira, 24 de julho de 2018

Semana 3


AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM


           Após realizar as leituras e assistir ao vídeo proposto pela interdisciplina foi possível refletir sobre as teorias da aquisição da linguagem de acordo com Piaget e Vygotsky.
     Para Piaget,  as leituras e o desenvolvimento do pensamento se dá gradualmente, através da socialização dos estados mentais, pessoais, autísticos. Para com o discurso social, este é apresentado como um discurso que sucede e não que precede o egocêntrico, assim, o egocentrismo ou o socialismo na fala das crianças não depende apenas de sua idade, mas também do ambiente, em termos de condições. Piaget, ao analisar a brincadeira de crianças em uma turma de jardim, nos diz que: enquanto as atividades forem desenvolvidas em grupos maiores, menores serão as práticas do egocentrismo, já em casa, por exemplo, o discurso e suas interações, desde muito cedo serão, predominantemente sociais. Porém, o estudioso nos diz que, para que se estabeleça diferença entre social e individual, no pensamento, se faz necessário à comparação de comportamento das crianças com o ambiente, crianças oriundas de ambientes sociais diferentes, as que trabalham, por exemplo, nos remeterá a resultados que nos permitirão formular leis com esferas de aplicação muito mais amplas.     Segundo Vygotsky, a linguagem é uma ferramenta de contato. Possibilita a troca de ideias com as outras pessoas. Ele descobriu que para melhorar o nível da aprendizagem, mais do que agir sobre o meio, o indivíduo precisa interagir. Para ele, todo o sujeito adquire seus conhecimentos a partir de relações interpessoais, de troca com o meio. Vygotsky afirma que aquilo que parece individual na pessoa é na verdade resultado da construção da sua relação com o outro.     As características e atitudes individuais são compostas das trocas com o coletivo.            A linguagem é o caminho para que o processo de interação ocorra. A linguagem realiza uma espécie de mediação do indivíduo com a cultura.     Para Vygotsky, o professor é um mediador entre a criança e o mundo. Ele ajuda o aluno na interação com os outros e consigo mesmo, com isso, a criança desenvolve seu potencial.    Para Piaget, assim como para Vygotsky, a aquisição da linguagem é influenciada pelo ambiente em que se vive.          Porém, a teoria Piagetiana diz que a aquisição da linguagem depende do desenvolvimento da inteligência. Para ele, o cognitivo irá possibilitar o simbolismo. O simbolismo e a linguagem, nesta teoria, ocorrem juntos. A criança inicia o “faz de conta” e junto suas primeiras palavras, desta forma a representação simbólica está relacionada à linguagem.    
     Para Vygotsky, a linguagem está relacionada com a cultura do meio. A interação social com parceiros é mediada através da linguagem.  A mediação ocorre quando a criança compreende a linguagem com o simbolismo, passa então a nomear objetos e a relacioná-los.  A internalização é quando o aprendizado se completa e zona de desenvolvimento proximal se dá quando o individuo consegue interagir com o mundo e consigo mesmo. O professor, para Vygotsky, possui o papel de mediador, ou seja, deve auxiliar a criança em explorar todo seu potencial.         



REFERÊNCIAS:

https://www.youtube.com/watch?v=_BZtQf5NcvE - acesso em 27/03/2018

https://www.youtube.com/watch?v=FrwvPwQYFU4&t=19s - acesso em 27/03/2018

MONTOYA, Adrián Oscar Dongo. PENSAMENTO E LINGUAGEM: PERCURSO PIAGETIANO DE INVESTIGAÇÃO. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 11, n. 1, p. 119-127, jan./abr. 2006

segunda-feira, 19 de março de 2018

Semana 2




          Esta semana tivemos aula com a professora Aline. A aula foi simplesmente maravilhosa com direito a vídeos e dinâmica!
        
         Ficamos encantadas com os objetos trazidos pela professora, não apenas pelos objetos, mas sim pelo significado que cada um carrega. Ao tocar um objeto sem que pudesse vê-lo e caracterizá-lo para os demais colegas me fez refletir sobre a exploração sensorial da criança. Durante este período a criança utiliza seus cinco sentidos para a compreensão do mundo, passando a perceber suas ações e observando os adultos que o cerca, nesta fase é comum 
       



Mapa conceitual elaborado com base no texto: Aquisição da linguagem 
Publicado em 22 de Julho de 2010 por Samanta Demétrio da Silva




     

domingo, 18 de março de 2018

Semana 1

Primeiro encontro presencial do semestre!

          Neste primeiro encontro presencial as professoras Rosane e Mariângela nos apresentaram o vídeo intitulado como "Escolas Democráticas". Logo após, em grupos de até 4 pessoas realizamos  uma reflexão sobre o que foi possível observar no vídeo.

Acesse o vídeo e conheça:


Refletindo sobre o vídeo lembrei da seguinte crônica de Rubem Alves:

Segundo Rubem Alves:
 Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do vôo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-las para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o vôo.

Ao analisarmos este trecho podemos perceber que é este modelo de escola que assistimos no vídeo e também as escolas em que lecionamos. Podemos perceber que os alunos, desmotivados, deixam de ter prazer em aprender, pois a essência da escola deve ser aprender e ensinar e não apenas absorver o conhecimento fornecido pelo professor. Os professores, muitas vezes deixam de acompanhar os voos de seus alunos pelo receio de perder o controle. Tornam-se assim, os donos de seus pássaros, prendendo-os em escolas gaiolas.
Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são os pássaros em vôo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o vôo, isso elas não podem fazer, porque o vôo já nasce dentro dos pássaros. O vôo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado.


Desta forma, podemos concluir que as escolas devem encorajar seus alunos em busca do conhecimento, fazer com que cada um seja ouvido e compreendido.

Refererências: