
Ao término
de mais um semestre, sendo este um dos últimos, reflito sobre meu papel, como
professora, diante de todos os ensinamentos, de todas as leituras e atividades
práticas que nos foram proporcionados. Percebo que não me vejo mais como um ser
que detém unicamente o saber dentro de sala de aula, ao dar espaço para ouvir
os alunos vejo o quanto, apesar de ainda pequenos, têm para ensinar.
Atualmente
estou com uma turma de segundo ano, alunos na faixa etária dos oito anos de
idade. A turma pequena, composta por 20 alunos, sente-se a vontade para
compartilhar problemas “de adultos” com os colegas e o melhor são as formas
como os colegas reagem e auxiliam uns aos outros. Sem que eu, como professora,
faça algo a turma se mostra “humanizada”. Já compartilharam roupas e calçados
que não lhe serviam mais com colegas que não tinham roupas quentinhas, confortaram
o colega quando retornou a escola após a morte do pai e comemoraram muito
quando o pai de uma colega conseguiu um emprego após um longo período
desempregado.
Com
esses fatos percebo o quanto os alunos são autônomos, pois essas situações
partiram apenas deles, claro que reflete também as questões de valores
familiares, mas na sala de aula as conversas e as trocas entre eles são muito
ricas de sabedoria. Acredito que o estágio, nossa próxima etapa nesta jornada acadêmica,
será um momento de grande aprendizagem para todos, docentes e discentes.
Pretendo colocar
em prática os ensinamentos de Freire a respeito do papel do professor na
prática.
[...]
Quando entro em uma sala de aula devo estar
sendo um ser aberto a indagações, à
curiosidade,
às perguntas dos alunos, a suas inibições; um ser
crítico e
inquiridor, inquieto em face da tarefa que
tenho – a de ensinar e não
transferir conhecimento.
(FREIRE, p.47)
2º ano C - Escola Miguel Couto - 2018
REFERÊNCIAS:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 46ºed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.