domingo, 5 de agosto de 2018

Semana 15 - Reflexão final e as expectativas


         Ao término de mais um semestre, sendo este um dos últimos, reflito sobre meu papel, como professora, diante de todos os ensinamentos, de todas as leituras e atividades práticas que nos foram proporcionados. Percebo que não me vejo mais como um ser que detém unicamente o saber dentro de sala de aula, ao dar espaço para ouvir os alunos vejo o quanto, apesar de ainda pequenos, têm para ensinar.
Atualmente estou com uma turma de segundo ano, alunos na faixa etária dos oito anos de idade. A turma pequena, composta por 20 alunos, sente-se a vontade para compartilhar problemas “de adultos” com os colegas e o melhor são as formas como os colegas reagem e auxiliam uns aos outros. Sem que eu, como professora, faça algo a turma se mostra “humanizada”. Já compartilharam roupas e calçados que não lhe serviam mais com colegas que não tinham roupas quentinhas, confortaram o colega quando retornou a escola após a morte do pai e comemoraram muito quando o pai de uma colega conseguiu um emprego após um longo período desempregado.  
Com esses fatos percebo o quanto os alunos são autônomos, pois essas situações partiram apenas deles, claro que reflete também as questões de valores familiares, mas na sala de aula as conversas e as trocas entre eles são muito ricas de sabedoria. Acredito que o estágio, nossa próxima etapa nesta jornada acadêmica, será um momento de grande aprendizagem para todos, docentes e discentes.
             Pretendo colocar em prática os ensinamentos de Freire a respeito do papel do professor na prática.  

[...] Quando entro em uma sala de aula devo estar 
sendo um ser aberto a indagações, à curiosidade,
 às perguntas dos alunos, a suas inibições; um ser 
crítico e inquiridor, inquieto em face da tarefa que
 tenho – a de ensinar e não transferir conhecimento.
 (FREIRE, p.47) 



2º ano C - Escola Miguel Couto - 2018


REFERÊNCIAS:

FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 46ºed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2013.

Semana 14 - Pedagogia de Projetos


O método de projetos foi criado pelo norte-americano Kilpatrick (18 71 – 1965). Inspirados pelas ideias de Dewey, Kilpatrick teve um artigo publicado explicando e denominando o “Método de Projetos”.  O método consiste em integrar o currículo de acordo com o interesse dos discentes, desta forma o aluno sente vontade de aprender.
Ao partir do interesse dos alunos, o projeto se desenvolve com o objetivo de solucionar os problemas da vida e da comunidade dos educandos.
Aproveito para compartilhar o trecho uma matéria publicada na revista Nova Escola, em 2011, que traz algumas dicas de como elaborar um projeto.
1. Tema: delimitar e conhecer bem o assunto que será estudado e pesquisá-lo previamente.
 2. Objetivos: escolher uma meta de aprendizagem principal e outras secundárias que atendam às necessidades de aprendizagem
3. Conteúdos: ter clareza do que as crianças conhecem e desconhecem sobre o tema e o conteúdo do trabalho.
4. Tempo estimado: construir um cronograma com prazos para cada atividade, delimitando a duração total do trabalho.
5. Material necessário: selecionar previamente os recursos e materiais que serão usados, como sites e livros de consulta.
 6. Apresentação da proposta: deixar claro para a sala os objetivos sociais do trabalho e quais os próximos passos.
7. Planejamento das etapas: relacionar uma etapa à outra, em uma complexidade crescente.
8. Encaminhamentos: antecipar quais serão as perguntas que você fará para encaminhar a atividade.
9. Agrupamentos: prever quais momentos serão em grupo, em duplas e individuais.
10. Versões provisórias: revisar o que a garotada fez e pedir novas versões do trabalho.
11. Produto final: escolher um produto final forte para dar visibilidade aos processos de aprendizagem e aos conteúdos aprendidos.
12. Avaliação: prever os critérios de avaliação e registrar a participação de cada um ao longo do trabalho.

REFERÊNCIAS:
SANTOMÉ, Jurjo Torres. As origens da modalidade de currículo integrado. In:______. Globalização e interdisciplinaridade: o currículo integrado. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.



Semana 13 - Hora de colocar em prática

Contação de história - “EU NÃO SOU COMO OS OUTROS”



Turma: 2º ano

 Justificativa
 
Escolhemos trabalhar com esta história pensando na importância e necessidade de reforçar em nossos alunos o entendimento e reflexão sobre questões relacionadas às diferenças, diversidade, preconceito e respeito ao próximo. Sabemos que este tema é importante e deve ser trabalhado desde muito cedo.

Objetivo geral

Valorizando as questões mencionadas, esperamos que as crianças aprendam a lidar com as diferenças e não tenham preconceito, tenham bom relacionamento interpessoal, socializando e interagindo, nos diferentes ambientes da sociedade.

Objetivos específicos

*Valorizar a importância da convivência entre as pessoas;
*Desenvolver o respeito pelas diferenças físicas e emocionais;
*Estimular a convivência harmoniosa entre os alunos e seus grupos;
*Reconhecer que cada pessoa tem seu modo de ser;
*Desenvolver a linguagem oral e escrita;
*Formular hipóteses sobre o tema da aula;
*Desenvolver atitudes de interação, colaboração e troca de experiência em grupo.

Desenvolvimento:

 * Hora do conto com o livro: Eu não sou como os outros
 
* Troca de ideias: Todos somos iguais?  

 Registro de atividade 1
 Como sou visto pelos outros?

Em duplas, os alunos deverão observar os detalhes físicos de seus colegas, desenhar o retrato do parceiro. Após, socializar com a turma os desenhos. Neste momento os alunos deverão observar semelhanças entre os desenhos (olhos, cabelos, nariz, etc.).

 Registro de atividade 2
 Gosto de:

Os alunos deverão desenhar/escrever o que mais gostam. Com base nos gostos dos alunos, observar que apesar das semelhanças todos somos diferentes.

Assista ao vídeo da contação: 





Semana 12 - Relato de experiência



A experiência que trago foi ocorreu em 2012, com uma turma de segundo ano, no município de Nova Santa Rita.
A tecnologia utilizada foi o computador e o acesso à internet, muitos alunos ainda não haviam utilizado o computador e a internet. A aula foi de puro conhecimento para a turma. Inicialmente a proposta era de utilizarmos um jogo online de alfabetização, mas ao perceberem que havia muitas possibilidades de jogos os alunos ficaram encantados. Na época, poucos alunos tinham a cesso a internet e por este motivo a aula foi ampliada. Após realizarem as atividades propostas (jogos de alfabetização) os alunos puderam  explorar os jogos em rede disponíveis no site.



Os resultados foram bem satisfatórios, foi uma aula muito marcante para os educandos. A dificuldade encontrada foi a demora no carregamento e na inicialização das máquinas, pois a escola não dispõe de pessoal para atuar no laboratório (até hoje).



Semana 10 - Escola democrática



As escolas democráticas são caracterizadas por oferecer ao aluno a oportunidade de escolher o que preferem fazer no seu tempo. Desta forma os alunos desenvolvem a autonomia no ambiente escolar. Segundo Tosto:
A partir do regime de livre-educação o aluno acaba seguindo seu ritmo de aprendizagem sem pressões, além de adquirir a responsabilidade de seguir o cronograma que ele mesmo se impôs a fazer, estimulando assim o desenvolvimento da autonomia e controle pessoal. Ao colocá-lo como integrante ativo e participante das regras e do funcionamento da escola, o aluno conscientiza-se dos direitos e deveres para com a sociedade dentro e fora da escola, formando-se cidadão.(2011)
Os professores neste modelo de escola são orientadores responsáveis pelos alunos. Desta forma a relação professor-aluno se torna uma parceria longe do autoritarismo da escola não democrática. O professor ao longo da parceria mostra ao educando os caminhos para a aprendizagem e os motivos para esta caminhada do saber.


REFERENCIAS:

TOSTO, Rosanei. Escola democrática - Utopia ou relaidade. Revista pandora Brasil. Edição 4. 2011.

Semana 11 - Linguagem

               Apresento aqui as principais características dos teóricos a respeito da linguagem. 

Vygotsky

Linguagem e pensamento são fenômenos de desenvolvimento independentes, já nos primeiros meses de vida. Por volta dos dois anos, estes fenômenos se encontram, passando a exercer uma relação de interdependência, dando início a uma nova forma de comportamento no desenvolvimento da criança, evolução do pensamento e da fala, o pensamento verbal e a fala racional; interacionismo social.  A fala tem início já no nascimento, após, a criança começará seu “desenvolvimento linguístico”. A linguagem é um processo pessoal e social;
O crescimento intelectual da criança depende de seu domínio dos meios sociais do pensamento, isto é, da linguagem. A linguagem é uma ferramenta de contato. Possibilita a troca de ideias com as outras pessoas. Descobriu que para melhorar o nível da aprendizagem, mais do que agir sobre o meio, o indivíduo precisa interagir. Para ele, todo o sujeito adquire seus conhecimentos a partir de relações interpessoais, de troca com o meio. Afirma que aquilo que parece individual na pessoa é na verdade resultado da construção da sua relação com o outro.
            As características e atitudes individuais são compostas das trocas com o coletivo. A linguagem é o caminho para que o processo de interação ocorra. A linguagem realiza uma espécie de mediação do indivíduo com a cultura. O professor é um mediador entre a criança e o mundo, ele ajuda o aluno na interação com os outros e consigo mesmo, com isso, a criança desenvolve seu potencial.
A linguagem está relacionada com a cultura do meio. A interação social com parceiros é mediada através da linguagem. A mediação ocorre quando a criança compreende a linguagem com o simbolismo, passa então a nomear objetos e a relacioná-los. A internalização é quando o aprendizado se completa e zona de desenvolvimento proximal se dá quando o individuo consegue interagir com o mundo e consigo mesmo.
          A aprendizagem sempre inclui relações entre pessoas. A relação do indivíduo com o mundo está sempre mediado pelo outro. Este processo de mediação, ou, os mediadores sempre vão estar entre os homens e o mundo real, estes mediadores são: Instrumentos e Signos.
O desenvolvimento tem origens nas capacidades humanas, o indivíduo aprende de fora para dentro, ou seja, seria o desenvolvimento associado ao pensamento, indicando a trajetória da criança, que vai dos processos socializados para os internos.

Piaget



O desenvolvimento linguístico se inicia após certa etapa de desenvolvimento cognitivo. O sujeito constrói conhecimento a partir de suas interações com objetos físicos e sociais. O período sensório-motor (0 a 2 anos) é de suma importância para o desenvolvimento da inteligência, pois vão ser a base para construções posteriores. A criança passa por estágio para mudar os níveis de seu desenvolvimento, a inteligência é anterior à fala. A criança precisa reconhecer-se como objeto no universo, ele age sobre o meio.
As primeiras impressões linguísticas após o nascimento fazem parte do desenvolvimento cognitivo que precede o linguístico, para Piaget, a aquisição da linguagem inicia desde a gestação. Crianças muito pequenas precisam do objeto permanente, este que deve ter nome ou conceito, imagem ou função. O estágio sensório-motor é o caminho para a linguagem, o significante contém o significado. A aquisição da linguagem na criança acontecerá após ter percorrido o estágio sensório-motor, onde elementos como a imitação, repetição, socialização, jogos, serão imprescindíveis para a aquisição da linguagem.
Conclui que todas as conversações das crianças podem se classificar em um de dois grupos: o egocêntrico e a socialização. A diferença se dará nas suas funções. No discurso egocêntrico a criança fala apenas dela própria, não tenta se comunicar, não espera resposta e na maioria das vezes não se preocupa se alguém a escuta. Com o discurso egocêntrico a criança age como quem pensa em voz alta, realiza ou produz comentários simultâneos com aquilo que está fazendo. Para com o discurso socializado, não procura estabelecer um diálogo com os outros: manda, ameaça, transmite as informações, faz perguntas.
A criança se apodera de um conhecimento se agir sobre ele, pois aprender é modificar, descobrir, inventar.
O desenvolvimento cognitivo acontece a partir do momento de maturação, acredita que está predeterminado e, irá aflorar com o tempo, acredita na aprendizagem de dentro para fora, onde a transição entre os estados mentais individuais não verbais, de um lado, e o discurso socializado e o pensamento lógico do outro.



Wallon 


Estudo da pessoa integralmente: caráter afetivo, cognitivo e motor. Propõe estágios de desenvolvimento: destaca as emoções como instrumento de interação com o meio, até um ano de idade. O processo de aprendizagem implica na passagem por um novo estágio, desenvolvimento dialético e interacionista;
O processo de aprendizagem é dialético; não há verdades absolutas, e sim, estimular direções e possibilidades.
Concepção reducionista, propõe o estudo da pessoa completa, tanto em relação a seu caráter cognitivo quanto ao afetivo e motor, para ele a cognição é importante, mas não mais que a afetividade ou motricidade.
Reconhece o fator orgânico como a primeira condição para o desenvolvimento do pensamento; ressaltando a importância das influências do meio. O homem seria o resultado de influências sociais e fisiológicas, de modo que o estudo do psiquismo não pode desconsiderar nem um nem outro aspecto do desenvolvimento humano. Por outro lado, as potencialidades psicológicas dependem especialmente do contexto sócio cultural. O desenvolvimento do sistema nervoso, então, não seria suficiente para o pleno desenvolvimento das habilidades cognitivas.

           Define desenvolvimento como: processo pelo qual o indivíduo emerge de um estado de completa imersão social, em que não se distingue do meio, para um estado em que possa distinguir seus próprios motivos daqueles oriundos do ambiente. Assim, desenvolver-se, seria o sinônimo de identificar-se em oposição ao mundo exterior, ocorrendo através de processos assistemáticos e contínuos, em que a criança oscila entre a afetividade e a inteligência. O desenvolvimento é movido por conflitos, dialeticamente, de maneira análoga à combinação de acomodação, assimilação e equilíbrio na teoria piagetiana. Entretanto, ao contrário de Piaget, acredita que o processo não é tão bem delimitado, mas constante, podendo haver, inclusive, regressão: as aquisições de um estágio são irreversíveis, mas o indivíduo pode retornar a atividades anteriores ao estágio. Um estágio não suprime os comportamentos anteriores, mas sim os integra, resultando em um comportamento que é a acumulação das partes



 Sendo assim, podemos concluir que para Piaget o desenvolvimento cognitivo precede a aquisição da linguagem. Vygotsky afirma que a aquisição da linguagem e o seu desenvolvimento possibilitam o avanço cognitivo. Segundo Wallon  a linguagem precede a realidade. A linguagem é vista como fundamento da organização.

Desta forma percebemos que a interação social contribui para a linguagem e aprendizagem. Desde o nascimento estamos em contato com o outro, em ambientes que estimulam a aprendizagem. Estes ambientes familiares, escolares e sociais contribuem para a formação cultural de cada indivíduo. Na escola, o aluno ao interagir com o outro e explorar o objeto de estudo aprende e contribui para a aprendizagem do aouto, formando um compartilhamento de ideias, suposições e interações.




Semana 8 - Planejamento

O ato de planejar faz parte do ser humano, desde os planos financeiros aos planos de metas pessoas para a vida. Para nós professores, o plano de aula ou de ensino faz parte do nosso trabalho. Nos planos são depositadas expectativas de uma aula e hipoteticamente o desempenho dos alunos. Neste momento, o professor precisa levar em consideração diferentes fatores para um bom plano.  
A primeira consideração que o professor deve fazer é perguntar a sim mesmo: o que meus alunos precisam aprender? Partindo deste questionamento é preciso considerar a realidade do aluno e seus interesses e assim já temos a justificativa do plano.
Os objetivos do plano são as metas a serem alcançados, os conteúdos devem levar em consideração a temática da proposta. Ainda devemos planejar as estratégias que serão utilizadas para que os objetivos sejam alcançados. Os recursos utilizados também devem ser considerados, descrevendo os materiais que serão utilizados na realização das atividades. A avaliação deve ser constante e de acordo com os objetivos propostos pelo plano.
Abaixo deixo um vídeo, como complementação, que apresenta informações sobre o planejamento.


Animação com base no livro "Planejamento: projeto de ensino-aprendizagem e projeto político-pedagógico", de Celso dos S. Vasconcellos, da editora Libertad (2012).
Música: Segue Embaixadô (tradicional brasileira), do CD "Mulungu do Cerrado", do Grupo UAKTI e Tabinha.

Material Didático produzido pela Profa. Viviane Beineke (UDESC).



Semana 7 - Interdisciplinariedade


Antes de falar de currículo integrado é importante ressaltar a influencia da globalização na educação. No início do século, as linhas de montagens das fábricas, o chamado “fordismo”, contribuiu para uma segmentação das tarefas. Os funcionários, na linha de montagem apenas se preocupam em fazer determinada função, e a seguir em outro setor á a continuidade da produção.
 A escola com ensino fragmentado, funcionada da mesma forma que uma linha de montagem de fábricas. A divisão de conteúdos por disciplinas, o turno escolar dividido por períodos e a falta de “diálogo” entre as disciplinas caracteriza bem o fordismo na educação.
Para trabalharmos de forma integrada é necessário pesquisar, buscar pelo interesse dos alunos. O professor como especialista na sua área, não pode ter medo de buscar por outras áreas a fim de atingir os objetivos de acordo com os interesses dos alunos.
Abaixo segue link de um filme de Chaplin, que apresenta bem as características do “fordismo”. https://www.youtube.com/watch?v=ieJ1_5y7fT8