segunda-feira, 18 de setembro de 2017

I Aula presencial

          Na primeira aula presencial fomos convidadas a nos reunirmos em grupos para dividirmos histórias de preconceito que presenciamos. Após o momento de conversa, preparamos um cartaz para representar a história escolhida para o grande grupo. 

          Narrei para meu grupo uma situação vivida ao realiza a matrícula de meu irmão, que possui paralisia cerebral leve. Ao realizar a matrícula fui convidada juntamente com minha mãe a conversar com a vice diretora da escola. 

          Quando entramos a professora iniciou a conversa insinuando que a escola não seria apropriada para recebe-lo, pois possuía diversos degraus espalhados pela escola. Confesso que fiquei muito indignada com esta situação, pois a pessoa nem mesmo havia visto ele, não sabia de suas dificuldades, destacou a deficiência sem ao menos avaliar suas dificuldades motoras.
          
          Concluímos a matrícula, mas em apenas 15 dias de aula tivemos que troca-lo de escola, pois ele falava que não se sentia confortável na escola. Acredito que por saber o da situação citada acabou se sentindo mal em estar em um ambiente que "não era apropriado para ele".

          Algumas outras situações foram vivenciadas por minha família durante toda a vida escolar deste meu irmão. Abaixo segue relato posta na página do PBworks:

“Pré-conceito” na escola

     Para esta atividade resolvi contar algumas situações que ocorreram com meu irmão mais novo durante sua vida escolar. Nascido em 1996 juntamente com as adaptações nas leis sobre a inclusão de alunos deficientes em classes de ensino regular. Devido às complicações de uma gravidez de risco, chegando ao sofrimento fetal até que um parto de emergência o trouxe ao mundo. Após o nascimento, foram 14 dias internados na UTI Neonatal do Hospital Conceição até que pudesse enfim estar junto de sua família.     As sequelas só foram percebidas conforme foi crescendo. Iniciou seus primeiros passos com auxílio de fisioterapias com dois anos de idade. Aos seis anos foi diagnosticado com encurtamento no Tendão de Aquiles e Paralisia Cerebral Leve. O encurtamento no Tendão fazia com que caminhasse na ponta de um dos pés (direito) e a paralisia faz com que se mova de forma mais lenta e “desajeitada”, pois o andar se torna “arrastado”.     Desta forma, iniciou na escola em 2002, aos seis anos de idade como a maioria das crianças. Logo nos primeiros dias recebemos queixas sobre seu comportamento. Fomos informados de que ele estava jogando pedras nos colegas durante o recreio. Ao ser questionado sobre o motivo dessa atitude ele nos contou que seus colegas debochavam do seu jeito de andar, e por isso jogava pedras para que eles se afastassem. Conversamos sobre isso, para que ele entendesse que mesmo que as pessoas fizessem esses deboches ele não deveria responder com agressão e sim sair em busca de auxílio.     Sempre estivemos cientes de que passaríamos por várias situações, por esse motivo posso afirmar que minha busca por informações na área da inclusão se dá para ter embasamento nos momentos necessários.     Seguindo com seus estudos, passamos por uma situação desagradável, apesar de ser aluno da mesma escola desde o início da sua vida escolar, ao chegar à quarta série recebemos a notícia que sua turma estava sendo acomodada no segundo andar da escola. Porém as escadas de acesso não possuíam corrimões e faixas antiderrapantes. Marcamos então uma reunião com a Direção da escola para falarmos sobre as questões de segurança.     Já no início da conversa a diretora ofereceu a transferência de meu irmão para uma escola com salas térreas, já que ele necessitava de apoio ao subir e descer escadas. Dissemos que isso não iria ocorrer, pois ele estava frequentando a escola mais próxima de nossa residência e que conhecíamos os nossos direitos. Foi uma longa discussão, onde a diretora deixou claro que não iria descer uma turma por conta de um aluno apenas. Solicitamos que fossem colocados corrimões e faixa antiderrapante nos degraus, mas ela disse que seria inviável por falta de verba. Encerramos a conversa com a diretora afirmando que devíamos trocá-lo de escola e nós informando que iríamos denunciá-la na coordenadoria. No outro dia recebemos a ligação da orientadora da escola.      Muito atenciosa nos informou que a professora ao saber da situação solicitou a troca de sala, pois compreendia que as escadas ofereciam risco para meu irmão.     Outro momento em que enfrentamos problemas nesta escola foi quando uma professora de história desconsiderou seu trabalho de pesquisa por ser digitado.  Ao questioná-la sobre os motivos, ela disse que  não teria como saber se ele mesmo havia feito o trabalho, ou se nós, familiares é que estávamos fazendo por ele. Informei que ela não precisava se preocupar, pois ele sempre fez seus trabalhos sem auxílio e questionei sobre como ela sabia que os demais alunos estavam fazendo seus trabalhos sem ajuda, sendo que apenas os trabalhos do meu irmão formam desconsiderados. A professora não soube me responder e com isso disse a ela que ele iria fazer os trabalhos digitados, pois devido a sua deficiência a escrita manual era extremamente sacrificante para ele, e que as pesquisas de historia eram compostas por textos longos. A professora informou que não aceitaria os trabalhos digitados, disse então que ela conversasse com a orientadora da escola, para conhecer os direitos e as formas de acomodações para os alunos deficientes. Depois deste dia, não conversei mais com a professora, mas depois desse encontro ela não solicitou trabalhos de pesquisas para as turmas em que meu irmão estava presente. Ela seguiu como professora de história dele por três anos, e acredito que para não ter que aceitar os trabalhos digitados optou por alterar a sua metodologia.     Encerro este relado com a o seguinte artigo retirado da LEI Nº 13.146/2015 que institui o Estatuto da Pessoa com Deficiência.Art. 27.  A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem.Parágrafo único.  É dever do Estado, da família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, negligência e discriminação.     Sendo assim concluo que nosso dever como família para garantir e assegurar uma educação de qualidade para meu irmão foi concluído. Atualmente meu irmão, já com 21 anos de idade concluiu o ensino médio e agora busca uma colocação no mercado de trabalho. Sabemos que situações complicadas ainda virão, mas com apoio e o conhecimento dos direitos podemos superá-las.
REFERÊNCIA:LEI Nº 13.146, DE 6 DE JULHO DE 2015 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm            Acesso em 3 de setembro de 2017.




2 comentários:

  1. Olá Anna!
    Muito importante este teu registro inicial relatando a primeira atividade deste semestre. Acredito que ao longo do semestre os estudos das disciplinas te proporcionarão muitas "ferramentas teóricas" para analisar a situação descrita aqui.
    Será necessário verificar a postagem, pois ficou faltando alguma coisa na conclusão do texto que termina assim: "Abaixo segue relato posta na página do PBworks:"
    Abraço,
    Cátia
    Tutora EAD - Seminário Integrador VI

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  2. Olá!
    Estou passando por "problemas técnicos", já acrescentei o restante do texto.

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