domingo, 29 de julho de 2018

Semana 5

Resenha: Hara, Regina.
Alfabetização de adultos: ainda um desafio. 3. Ed. São Paulo: CEDI, 1992


A alfabetização de jovens e adultos ainda é um grande desafio para os educadores. Para os adultos das camadas mais populares, alfabetizar-se se torna também um desafio. Estes adultos, trabalhadores, precisam enfrentar seus desgastes físicos do trabalho diário para atingir os objetivos da escolarização. Os educadores, muitas vezes, são colocados frente às classes de alfabetização sem experiência e sem o principal: a formação para atuar nesta modalidade. A alfabetização de adultos vai além de leituras sobre o tema, é necessário o compromisso político do professor com seus alunos.
Para Paulo Freire, a alfabetização é um ato de conhecimento e ato criador, desta forma o educador deve auxiliar o educando neste processo sem anular seus conhecimentos e sua criatividade. O educando, por sua vez deve manter-se responsável pela construção de sua própria linguagem escrita e sua leitura.
Emília Ferreiro e Ana Teberosky, assim com Freire, tornam o educando como sujeito construtor de seu próprio conhecimento. Este sujeito tem a aquisição da linguagem adquirida pelas relações do meio em que vive.
A pesquisa realizada mostrou que os adultos não alfabetizados possuem as hipóteses de escrita, assim como as crianças em processo de alfabetização. O processo de alfabetização leva ao educando o domínio do código escrito, para muitos adultos a busca por este domínio ocorre para que aprenda a assinar seu próprio nome, melhorar seu emprego e até mesmo poder compartilhar de forma escrita suas experiências e histórias.
Para a alfabetização de adulto, recomenda-se que se utilize da criatividade dos educandos. Oferecer para os alunos textos escritos para que instigue sua vontade de ler. A curiosidade é uma grande aliada neste processo, auxilia na mobilização dos conhecimentos, que muitos sequer sabem que têm. Para escrever é importante que os alunos tenham o desejo de escrever, sendo assim, buscar por objetivos de cada sujeito incentiva o educando na aquisição da linguagem escrita.
No processo de alfabetização alguns fatores podem tornar o processo mais fácil ou mais difícil, mas depende do sujeito que busca a escolarização. Para alguns trabalhar a partir de seu nome pode facilitar, por isso o professor tem o papel de mediar esta aprendizagem, auxiliando cada indivíduo na melhor forma para atingir seus objetivos. Outro fator que auxilia os alunos é a socialização de estratégias entre os alunos, primeiramente o professor inicia para que após os alunos comecem a compartilhar suas estratégias, assim os alunos desenvolvem a autonomia durante o processo.
Os alunos da EJA possuem características similares a muitas outras classes de alfabetização de Jovens e Adultos. Em uma classe analisada, os alunos destacaram a importância do conhecimento da leitura e escrita para melhora seu emprego e de forma geral suas vidas. A falta de escolarização, normalmente ocorre pela necessidade de trabalhar desde muito cedo para auxiliar o sustento de suas famílias.
Percebe-se que os jovens e adultos que buscam pela escolarização precisam ser motivados constantemente. Estes alunos não podem ser tratados como seres vazios de conhecimentos. O professor precisa conhecer estes saberes para criar as estratégias de ensino, as sempre deixando os alunos como sujeitos da aprendizagem.  Desta forma o professor, como mediador, possui a responsabilidade de instigar o educando fazendo com crie objetivos a serem alcançados como forma de incentivo.

Ao realizar a resenha, foi possível associar todo  o processo de alfabetização de adultos com a matéria realizada pelo Fantástico, no dia das mães deste ano. Na entrevista, uma mulher, catadora de recicláveis e  mãe de sete filhos passa por uma frustração em um banco, pois não sabia fazer a assinatura de seu nome. Junto a ela estava um de seus filhos. Ao perceber o quanto a mãe ficou chateada com a situação, o menino começa então a ensinar sua mãe a ler. Vemos através da matéria uma ilustração do analfabetismo no Brasil, muitas pessoas ainda não escolarizadas, por diferentes motivos sem saber escrever o próprio nome.
No caso citado na matéria percebemos que a mãe aceita a ajuda do filho com o objetivo de não passar mais por situações constrangedoras. Este objetivo, faz com que mesmo fora da escola a mãe torna-se o sujeito da aprendizagem e seu filho, tomando o lugar de educador auxilia no seu processo de alfabetização. Ambos possuem seus desafios, o filho passou a ser  mais dedicado com os estudos para que pudesse auxiliar sua mãe. Desta forma, a criança também tornou-se o sujeito da sua aprendizagem. 

         
          Assista a matéria: 
http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2018/05/menino-de-12-anos-vira-professor-de-sua-mae-e-ensina-ler-e-escrever.html

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