Resenha: Hara, Regina.
Alfabetização
de adultos: ainda um desafio. 3. Ed. São Paulo: CEDI, 1992
A
alfabetização de jovens e adultos ainda é um grande desafio para os educadores.
Para os adultos das camadas mais populares, alfabetizar-se se torna também um
desafio. Estes adultos, trabalhadores, precisam enfrentar seus desgastes
físicos do trabalho diário para atingir os objetivos da escolarização. Os
educadores, muitas vezes, são colocados frente às classes de alfabetização sem
experiência e sem o principal: a formação para atuar nesta modalidade. A
alfabetização de adultos vai além de leituras sobre o tema, é necessário o
compromisso político do professor com seus alunos.
Para
Paulo Freire, a alfabetização é um ato de conhecimento e ato criador, desta
forma o educador deve auxiliar o educando neste processo sem anular seus
conhecimentos e sua criatividade. O educando, por sua vez deve manter-se
responsável pela construção de sua própria linguagem escrita e sua leitura.
Emília
Ferreiro e Ana Teberosky, assim com Freire, tornam o educando como sujeito
construtor de seu próprio conhecimento. Este sujeito tem a aquisição da
linguagem adquirida pelas relações do meio em que vive.
A
pesquisa realizada mostrou que os adultos não alfabetizados possuem as
hipóteses de escrita, assim como as crianças em processo de alfabetização. O
processo de alfabetização leva ao educando o domínio do código escrito, para
muitos adultos a busca por este domínio ocorre para que aprenda a assinar seu
próprio nome, melhorar seu emprego e até mesmo poder compartilhar de forma
escrita suas experiências e histórias.
Para
a alfabetização de adulto, recomenda-se que se utilize da criatividade dos
educandos. Oferecer para os alunos textos escritos para que instigue sua
vontade de ler. A curiosidade é uma grande aliada neste processo, auxilia na
mobilização dos conhecimentos, que muitos sequer sabem que têm. Para escrever é
importante que os alunos tenham o desejo de escrever, sendo assim, buscar por
objetivos de cada sujeito incentiva o educando na aquisição da linguagem
escrita.
No
processo de alfabetização alguns fatores podem tornar o processo mais fácil ou
mais difícil, mas depende do sujeito que busca a escolarização. Para alguns
trabalhar a partir de seu nome pode facilitar, por isso o professor tem o papel
de mediar esta aprendizagem, auxiliando cada indivíduo na melhor forma para
atingir seus objetivos. Outro fator que auxilia os alunos é a socialização de
estratégias entre os alunos, primeiramente o professor inicia para que após os
alunos comecem a compartilhar suas estratégias, assim os alunos desenvolvem a
autonomia durante o processo.
Os
alunos da EJA possuem características similares a muitas outras classes de
alfabetização de Jovens e Adultos. Em uma classe analisada, os alunos
destacaram a importância do conhecimento da leitura e escrita para melhora seu
emprego e de forma geral suas vidas. A falta de escolarização, normalmente
ocorre pela necessidade de trabalhar desde muito cedo para auxiliar o sustento
de suas famílias.
Percebe-se
que os jovens e adultos que buscam pela escolarização precisam ser motivados
constantemente. Estes alunos não podem ser tratados como seres vazios de
conhecimentos. O professor precisa conhecer estes saberes para criar as
estratégias de ensino, as sempre deixando os alunos como sujeitos da
aprendizagem. Desta forma o professor,
como mediador, possui a responsabilidade de instigar o educando fazendo com
crie objetivos a serem alcançados como forma de incentivo.
Ao realizar a resenha, foi possível
associar todo o processo de alfabetização de adultos com a matéria
realizada pelo Fantástico, no dia das mães deste ano. Na entrevista, uma mulher,
catadora de recicláveis e mãe de sete filhos passa por uma frustração em
um banco, pois não sabia fazer a assinatura de seu nome. Junto a ela estava um
de seus filhos. Ao perceber o quanto a mãe ficou chateada com a situação, o
menino começa então a ensinar sua mãe a ler. Vemos através da matéria uma
ilustração do analfabetismo no Brasil, muitas pessoas ainda não escolarizadas,
por diferentes motivos sem saber escrever o próprio nome.
No caso citado na matéria percebemos
que a mãe aceita a ajuda do filho com o objetivo de não passar mais por
situações constrangedoras. Este objetivo, faz com que mesmo fora da escola a
mãe torna-se o sujeito da aprendizagem e seu filho, tomando o lugar de educador
auxilia no seu processo de alfabetização. Ambos possuem seus desafios, o
filho passou a ser mais dedicado com os
estudos para que pudesse auxiliar sua mãe. Desta forma, a criança também
tornou-se o sujeito da sua aprendizagem.
http://g1.globo.com/fantastico/noticia/2018/05/menino-de-12-anos-vira-professor-de-sua-mae-e-ensina-ler-e-escrever.html
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