Seria impossível pensar nas memórias tecnológicas da escola sem olhar
para o que já vivenciamos. Nascida em 1986, com início da vida escolar em 1993
lembro bem dos momentos tecnológicos mais marcantes na escola e na família.
Quando aluna da educação básica participei de momentos marcantes para a
escola com as tecnologias, durante o ensino fundamental o recurso mais
tecnológico adquirido pela minha família foi um maquina de escrever, esse
momento marcou o início dos trabalhos de pesquisa datilografado. As pesquisas
eram feitas em um livro chamado “Manual didático” que era inclusive, vendido de
porta em porta e quando não era suficiente, tínhamos que ir até a biblioteca
pública no centro de Canoas para pesquisar. Na escola os recursos tecnológicos
eram o rádio, muito utilizado nos dias de chuva pela professora de educação física.
O retroprojetor, utilizado principalmente pelos professores de história, artes,
ciências e geografia para auxiliar na visualização de imagens em escala maior. O
xerox e o mimeógrafo também fizeram parte deste momento.
Ao iniciar o ensino normal, o celular marcou esta fase, mesmo que ainda
sem acesso a internet servia para a comunicação entre colegas através de
mensagens SMS. Neste mesmo período iniciou-se
o uso de internet na minha família junto com a compra de um computador e com
ele o uso de disquetes. O acesso à internet ainda era muito precário, internet
discada e com um valor alto durante o dia, por isso o acesso se dava somente
após a meia noite, pois o valor era pelo pulso e não por minutos como durante o
dia. Os trabalhos de pesquisa começaram a ser digitados e logo foi necessária a
compra de uma impressora para a impressão dos trabalhos na própria residência.
No ensino normal, durante uma aula de prática docente tivemos o dia de
como fazer uma “matriz” e de como utilizar o mimeógrafo. A professora explicou
direitinho como utilizar tanto a folha como o aparelho. Após a explicação todas
as alunas fizeram uma matriz e puderam “rodar” a folhinha no mimeógrafo.
Aprendemos também como fazer “lâminas” para retroprojetor. O retroprojetor
durante o Ensino Normal foi muito utilizado, os professores faziam muito uso
deste recurso.
Com o passar dos anos, ainda no Ensino Normal, o retroprojetor foi dando
espaço para o Datashow, os celulares começaram a ter câmeras e acesso à
internet, mas o mimeógrafo... demorou
muito tempo para ser substituído.
As memórias tecnológicas vivenciadas enquanto docente (e aluna de ensino
superior) foram menos impactantes, pois a maioria se tratou de substituições e aperfeiçoamento
de algo que já existia. Abaixo apresento
fotos de arquivo pessoal, para ilustrar algumas inovações tecnológicas
vivenciadas durante a prática docente e acadêmica.
Foto 1 ( 2012): Enquanto utilizava o mimeógrafo para prepara folhinhas
de atividades para os alunos, no notebook preparava as fotos dos alunos que
seria o presente de dia das mães daquele ano.
Dupla tarefa ocorria por que a demora no carregamento das imagens era
tão grande que optei por fazer outra tarefa no mesmo momento. O clique foi
feito por uma colega, pois duas “eras” estavam sendo utilizados no mesmo
instante. A imagem postada, já em uma rede social rendeu diversos comentários a
respeito destes dois recursos.
Fotos 2 e 3 (2013): As fotos mostram a utilização de dois recursos para
a escrita de Braile. O clique ocorreu durante uma das aulas do curso de
extensão em AEE. Os dois recursos são utilizados por cegos pra a escrita e para
a produção e mátria de escrita para cegos. Até este dia, não conhecia estes
materiais pessoalmente. Além destes, outros recurso para a escolarização de
cegos foi conhecida como o soroban, réguas de aumento e bengala.
Foto 4 (2014): Nas mãos o primeiro tablete, adquirido como uma
ferramenta para auxiliar nos estudos, para a realização de pesquisas e leitura
de materiais online. A compra deste recurso teve o objetivo de utilizar o tempo
de deslocamento entre as escolas como um momento de aprendizagem.
Atualmente não utilizamos mais o mimeógrafo nas escolas, apenas o Xerox,
o pendrive já foi substituído pela “nuvens” que facilitam o acesso das informações
de qualquer aparelho. Os eletrônicos são sincronizados, fazendo com que tarefas
possam ser realizadas através de computadores, tablets e smartphones. As
pesquisas são feitas através da internet, sem a necessidade de pesquisar em
livros, mas muitas das fontes são livros que foram digitalizados.
Apesar de já “dominar” os recursos tecnológicos, percebo que a
utilização em aula como um recurso de aprendizagem ainda está distante. Nós
professores ainda precisamos aprender como utilizar a internet como
ferramenta no ensino. Desta forma, me sinto ainda insegura na utilização deste recurso nas turmas de alfabetização.
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